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OPINIÃO: Manifestação do eleitor

Em 1990, após reunião realizada em São Paulo, foi criado o Foro que leva esse nome, cujos principais líderes foram Fidel Castro, Lula, José Dirceu, Frei Beto, Hugo Chávez e outros condutores de partidos de esquerda na América Latina e Caribe. O propósito inicial foi o de juntar forças na luta contra o capitalismo neoliberal e promover o socialismo. Durante alguns anos essas reuniões foram sendo realizadas em diferentes países dando suporte a uma política de internacionalização. A 4ª reunião foi feita em Cuba. Nessa ocasião, o Muro de Berlim já havia caído e o marxismo-leninismo estava em desintegração no leste europeu.

O pensamento de Antônio Gramsci, filósofo comunista italiano, propondo novos métodos de chegada ao poder pela via eleitoral, passou a dominar as propostas colaboracionistas dentro do Foro de São Paulo. O primeiro líder desse grupo a chegar ao governo foi Hugo Chávez, na Venezuela. Ficou no poder de 1999 até sua morte em 2013. Em 2002, Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito presidente do Brasil e exerceu o poder de 2003 a 2011. Sucessivamente, vários países sul-americanos e no Caribe tiveram governos com líderes que cresceram dentro das propostas do Foro de São Paulo. Em 1980, após a redemocratização, foram reorganizados os partidos políticos: surgindo o Partido dos Trabalhadores com a reunião de lideranças sindicais, pensadores sociais, filósofos e líderes religiosos.

Essa união de lideranças tinha por principal escopo, na época, opor-se ao Trabalhismo de Vargas, Alberto Pasqualini, Jango e Leonel Brizola (que retornava ao Brasil depois de longo exílio). Cresceu o PT empolgando os trabalhadores sindicalizados, professores universitários, pensadores sociais e grandes nomes dentro da economia, filosofia e empresariado. De 1980 a 1990, com a progressiva liderança de grupos extremistas, o PT foi perdendo adeptos entre os mais esclarecidos e democráticos, ganhando forças com José Dirceu e Lula em busca do poder. A formação do Foro de São Paulo e a dominância do pensamento "gramcista", passou desapercebida para o grande público, de modo geral. Quando, no governo Lula, a Refinaria da Petrobrás na Bolívia foi doada a Evo Morales - a construção do Porto de Mariel em Cuba, o metrô de Caracas -, grandes obras no Panamá e em vários países africanos, que consumiram mais de 50% dos recursos do BNDS, foram interpretados como gestos de solidariedade, quando, na verdade, foram ações de internacionalização da economia, em detrimento do desenvolvimento do nosso Brasil, relegado a segundo plano.

Estamos recebendo milhares de venezuelanos fugitivos do descalabro econômico de sua pátria, mas ainda não foram contabilizados os milhares de brasileiros que estão saindo do Brasil em busca de trabalho e sobrevivência em outros países, esparramados pelo mundo. De uma maneira consciente ou inconsciente, o eleitorado brasileiro, por sua maioria, manifestou-se contra esse projeto, ainda em curso pelo aparelhamento da máquina estatal. O "fenômeno" real desta eleição foi a rejeição à corrupção institucionalizada e a vontade manifesta de continuidade dos processos de investigação, condenação e aprisionamento dos corruptos. Recém iniciamos o caminho da libertação!

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